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terça-feira, 26 de maio de 2015

A REAÇÃO TERAPÊUTICA NEGATIVA UMA FORMULAÇÃO DA CLÍNICA (II)

Proponho continuar pelas fórmulas que Lacan reúne num quadro e que são conhecidas como “fórmulas quânticas da sexuação” - que podem ser encontrada no Seminário XX à página 105 da Edição da Zahar Editores no início do capítulo que se intitula: Letra de Uma Carta de Amor.
Após descrever as fórmulas de quantificação lógica que se encontram nos dois espaços superiores, - estes espaços que nos dizem “das únicas definições possíveis da parte dita homem ou mulher por esse que se acha estar na posição de habitar a linguagem” – Lacan nos diz o que se passa “sob a barra transversal onde se cruza a divisão vertical disso que se chama impropriamente humanidade, na medida em que ela se reparte em identificações sexuais”.
É neste ponto, onde as “identificações sexuais” se repartem que penso encontrarmos subsídios para trabalharmos o sintoma que lhes descrevi e que se apresenta, na transferência, durante o tratamento das histéricas. Assim fazendo, chegaremos a uma estrutura que possa nos dizer das “primeiras relações objetais”.
Se observarmos o lado homem, no quadro acima, veremos que quem se posta aí, estará inteiramente submetido à função fálica, a partir mesmo da exceção que se impõe. É o sujeito barrado e o φ “que o sustenta como significante ... este significante do qual não há significado, e que quanto ao sentido, aí simboliza o fracasso. É o meio-sentido ... esse $ que só tem a ver enquanto parceiro, com o objeto ‘a’ inscrito do outro lado da barra. Só lhe é dado atingir seu parceiro sexual que é o Outro, por intermédio disto, de ele ser a causa de seu desejo ... ”
Do outro lado, à direita, vemos surgir aqueles que “assumem o estatuto da mulher”. Aqueles que, pelo fato de não existir a exceção que possa fazer a regra: ser toda submetida à função fálica, permanecem como “não-toda”, apontando para o que poderíamos chamar uma falha na metáfora paterna: “na substituição da mãe pelo pai, no Édipo feminino, não se forma um significado novo que daria, como conseqüência, uma identidade propriamente feminina”.
Assim, parte submetida ao falo, parte numa relação ao Outro exatamente aí onde é não-toda, a mulher tem “que optar entre três soluções: ou aceita sua falta de identidade e se presta à mascarada fálica à qual convida a lei do significante (o matena $———>a, apresentado no quadro da sexuação, talvez possa nos dizer disto); ou recusa o que considera como derrota e se obstina numa reivindicação de tipo histérico (é o matema La/ ———>S(A/)); ou ainda retorna à fase anterior e se entrincheira numa posição toda masculina, como a homossexual (La/—-> φ).”
 Três opções. Três maneiras diferentes de lidar com o que escapa à função do significante fálico e a joga de encontro “a este lugar onde a verdade balbucia”. Talvez por isso Lacan tenha dito que as mulheres são as melhores analistas... ou as piores. Se lhes é possível, já que sabem como ninguém desta falta-a-ser, prestarem-se a sustentar este lugar do analista enquanto falta, vamos ter efetivada a primeira parte do dito lacaniano. Se não, vamos encontra-las fazendo de sua opção um sintoma onde tentam sustentar a possibilidade da relação sexual, negando esta parte de sombra inexplorável que permanece em consequência de, talvez, terem tido uma mãe que, se interpondo em curto-circuito na relação da menina ao objeto de seu desejo, interditou-lhes uma relação própria à ordem simbólica, condenando-lhes à imitação, à repetição e a recriminação sem fim. Ou seja, instalou-se nesta relação especular a violência de um Ideal do eu em que a demanda de manter inteira esta Outra tornou-se seu sintoma. Assim, é enquanto sintoma que a mascarada fálica se instala na transferência repetindo aí a tentativa de “dar conta” desta demanda, vestindo-se imaginariamente deste objeto causa de desejo, ao mesmo tempo em que empresta ao outro o significante amo (S1), do qual espera obter o saber sobre o mais-de-gozo com que se fantasia                          ($<>a —->A/)
Desta forma um circuito se inaugura, onde vemos se esgotar toda as tentativas de sustentar a ciranda que tem como centro exatamente isto que, traduzido como impotência ante a enorme demanda do Outro, faz circular o sintoma a partir mesmo do que escapa à cadeia simbólica na sua tentativa de estabelecer um sentido qualquer. Isto que escapa, e que Freud nos diz estar sinalizado pela angústia presente no ponto onde “não se deu conta das demandas feitas pelo seu ideal, o super-eu”, não é outra coisa senão o que verdadeiramente vai dar sentido ao sintomas: “o real, na medida em que se coloca em cruz para impedir que as coisas andem”.
E assim, enquanto circula esta ciranda que, certamente tem a quem endereçar-se, a histérica se coloca sob o regimento homeostático do princípio do prazer, deslocando para o outro o gozo que não tem como delimitar no próprio corpo. Aceitá-lo seria aceitar sua própria falta. É o outro, enquanto semblante do significante amo que pode sustentá-la neste lugar, deixando-lhe apenas a angústia onde um desejo deveria existir.
E o analista ?
Se ele, como nos diz Freud, não desmascara estas relações objetais primárias, não pode nunca ter certo o final de seu trabalho. Mas se, por ventura, deslocar-se prematuramente através de uma conduta puramente interpretativa, privando a histérica da identificação que o sintoma lhe confere, ou seja, privando-lhe de “conservar este pouquinho de gozo fálico que lhe possibilita a inscrição de um passado e que mantém sua esperança de um futuro melhor”,  pode-se deparar com um final que se resume na dissolução imaginária.
Estando essencialmente ligada ao tempo e a seu manejo, a transferência é o campo onde a reação terapêutica negativa vai se resolver. É aí, neste campo, que vamos poder abordar este sujeito “que não pode ser outro que o sujeito da ciência” este que se encontra suspenso entre a verdade e o saber, com o qual mantém uma relação apenas pontual e evanescente. É aí, nesta divisão do sujeito por onde se estrutura o campo psicanalítico: o objeto ‘a’.

Assim, se há um saber em jogo na transferência, este é o do sujeito suposto saber, que deverá deixar lugar para um outro saber que advém da ética própria à psicanálise: não devemos ceder do nosso desejo, se é nosso objetivo manter viva a causa que impulsiona o analisando a entrar onde não sabia para lá, produzir um saber textual que o traga de volta desta transcendência seguindo as marca que deixou pelo caminho percorrido, ancorado na estrutura fundamental do seu desejo que se articula na cena da fantasia fundamental.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

A REAÇÃO TERAPÊUTICA NEGATIVA UMA FORMULAÇÃO DA CLÍNICA (I)


“Entrei onde não sabia
e assim fiquei não sabendo
toda ciência transcendendo”
    (San Juan de La Cruz)


Várias são as dificuldades com as quais se depara quem trabalha com a psicanálise. Aliás, se não por estes, quais outros motivos nos fariam estar aqui hoje, escrevendo? Que outros, senão estes pontos, nos incitam ao convite feito por Freud, e retomado por Lacan, de reinventar a cada passo? Reinventar, claro, dentro dos limites de um campo onde se “constitui um discurso forjado por um dito e fundado sobre o impossível”: o campo freudiano.
Dentre estas muitas dificuldades que batem à nossa porta no dia-a-dia, escolhi trabalhar uma situação clínica bem específica: a reação terapêutica negativa.
Escutemos Freud, nos momentos de sua obra em que tratou de conceituar a reação terapêutica negativa. Em 1918, no texto que ficou conhecido como “o caso do homem dos lobos” aparece pela primeira vez a referência explicita a uma reação terapêutica negativa. “Durante o tratamento analítico ... (o paciente) tinha o hábito de produzir “reações negativas” transitórias; cada vez que alguma coisa tenha sido conclusivamente posta às claras ele tentava contradizer o efeito, por um certo espaço de tempo, agravando o sintoma que havia sido elucidado.”
Mas, no entanto, é no texto “O Eu e o Isso” e num outro, escrito um ano após, “O Problema Econômico do Masoquismo, que Freud vai tentar formular, definitivamente, o conceito de reação terapêutica negativa: “... cada solução parcial que deveria resultar, e em outras pessoas realmente resulta, numa melhora ou uma suspensão temporária dos sintomas, produz (nestes pacientes) uma exacerbação de sua doença momentaneamente; eles pioram durante o tratamento ao invés de melhorarem... a recuperação é vista como ameaçadora, como se ela fosse um perigo ... (esta reação) se revela como o mais poderoso de todos os obstáculos à recuperação. Mais poderoso do que os já conhecidos: inacessibilidade narcísica, atitude negativa em direção ao médico e o apego ao ganho secundário da doença”. 
Continuando sua conceituação, Freud associa a reação terapêutica negativa a fatores “morais”: “sentimentos de culpa que estariam encontrando sua satisfação na doença e que se recusa a abrir mão da punição de sofrimento”.
Mais alguns parágrafos e ele nos aponta a presença desta “reação” em um número de casos cínicos maior do que poderíamos supor, “talvez em todos os casos comparativamente severos de neuroses. De fato, continua Freud, pode ser precisamente este elemento na situação, a atitude do Ideal do Eu, que determina a severidade da doença neurótica”.
No texto, O Problema Econômico do Masoquismo, vemos delinear-se, definitivamente, a articulação desta “reação” com o super-eu, a partir da introdução do conceito de masoquismo primário: “porção da pulsão de morte que permanece dentro do organismo e que, com a ajuda da excitação sexual que o acompanha, ... torna-se libidinalmente ligado aí. É neste texto que Freud corrige o termo que ele mesmo havia criado: “sentimento de culpa inconsciente” para: “necessidade de punição”, e atribui ao “sofrimento produzido pelas neuroses, o fator que as faz valiosas às tendências masoquistas”. Sofrimento este que tem, entre outras causas, a angústia com a qual o eu reage “à percepção de que ele não deu conta das demandas feitas pelo seu ideal, o Super-eu”.
Pois bem, escolhido o conceito a ser trabalhado, resta-nos saber qual, dentre as muitas formas com que se apresenta este tipo de “resistência” ao trabalho analítico vamos tomar como motivo nesta nossa tentativa de formulação.  Escolhi uma forma que há muito vem me causando indagações. Refiro àquelas situações, tão freqüentes, nas quais nos deparamos com os “bons analisandos”. Aqueles que fazem “tudo o que podem” para que a análise dê os melhores resultados mas que, mesmo assim, seus sintomas pioram ou, no mínimo, não se modificam em nada: “nada adianta”. Aqueles que, tão logo o analista faça uma pontuação qualquer no relato de um sonho, vários outros são trazidos na sessão seguinte. Ou, num outro momento, é a escanção de um significante que é prontamente seguida de uma séria infinda de outros. Ou, ainda, um corte de sessão é logo acompanhado de um relato de situações semelhantes ao fato que precipitou o corte anterior, na expectativa de que um outro corte aconteça. Assim, a cada passo, onde algo deveria ocorrer no sentido de uma “melhora” ou, para dizer de um outro lugar, no sentido de uma mudança de posição do sujeito a partir do que seria um despertar, escutamo-los dizerem: “continuo na mesma”, ou então, “estou cada vez mais angustiado... É ... realmente ... nada adianta.”
 Em outra palavra podemos dizer que nossas intervenções parecem sempre não surpreender o sujeito naquele ponto onde elas poderiam produzir algum efeito: no vacilo, naquele instante “pontual e evanescente” em que ele, já quase sabendo, se apresenta no só-depois de sua construção como apenas um representante. Ao contrário, o que percebemos desenrolar-se nestas situações é a presença de um analisando sempre alerta, atento a tudo, e que está sempre tomando cada intervenção do analista com uma demanda. Demanda que, confundida com o desejo do Outro, opera como imperativo do super – eu: GOZE ! E para que isto possa acontecer, “nada” pode faltar. Para que isto possa acontecer é fundamental que o acesso do sujeito barrado – que o discurso sustentado por estes analisandos coloca no lugar de agente ao Outro seja estabelecido plenamente.
 $  ——->  S1
a        //       S2
A razão disto nos sabemos: agindo assim pode-se continuar sustentando uma certa crença: a relação sexual existe !! , mesmo que já esteja mais do que sabida a existência de uma certa falta que, enquanto furo no simbólico, está todo o tempo dizendo exatamente o contrário.

Dito isto, um caminho se apresenta para trabalharmos esta situação clínica que identifico como sendo uma reação terapêutica negativa: partindo do que podemos chamar, com Lacan, “o envelope formal do sintoma” tentaremos “desmascarar as primeiras relações objetais que se acham por traz” dele, como nos indica Freud.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A Segunda Entrada em análise: Consentir com o Inconsciente


Um sujeito procura análise porque o saber constituído de seu sintoma claudica. Este é o momento em que o sintoma se  apresenta como impossível a assumir, porque o rompimento de seu envelope formal coloca a céu aberto o que escapa à representação, à ação do pensamento (gedanken) e que permanece como um resto que Freud, no seu “Projeto ...” denomina de “a coisa” (das Ding). Em consequência, a angústia surge como sinal.
Buscar um analista torna-se, então, uma das saídas possíveis. Busca-se, no analista, um saber que possa restituir a eficácia do envelope rompido, na esperança que seja devolvido, ao sujeito, a sua certeza de ser na singularidade própria de seu sintoma. É Albert Camus, numa passagem que só os escritores criativos produzem, quem diz muito bem do que se trata: “Ele não era nada senão esse coração angustiado, ávido de viver, revoltado contra a ordem mortal do mundo que o tinha acompanhado durante quarenta anos, esse coração que batia sempre com a mesma força contra o muro que o separava de toda e qualquer vida, querendo ir mais longe, ir além e sobretudo saber*, saber antes de morrer, saber finalmente para ser*, uma só vez, um só segundo, mas para sempre.”  
É, portanto, pela via do saber que começa uma análise e neste começo está a transferência: o amor ao saber. 
 Responder deste lugar de saber, no entanto,  poderá produzir alguns efeitos, mas nunca uma análise. Por isso é importante distinguirmos, com Gerard Miller, “a entrada em análise de seu começo (...) se quisermos dar conta desses alongamentos que se estiram sob o nome de uma análise, sem jamais iniciarem”.
Para que uma análise possa acontecer é fundamental a intervenção de um analista. 
Novamente uma distinção se faz necessária. Quando Lacan, em sua conferência intitulada “A terceira” nos diz que “chama sintoma ao que vem do real”, ele explicita que este, o sintoma, só se acalma se lhe nutrem de sentido, de tal maneira que só há duas saídas: ou o sintoma prolifera ou se reinventa. Ora, proliferar o sintoma não é bem o objetivo de uma análise, nem muito menos é seu objetivo extinguí-lo.  O fundamental é que não nos esqueçamos de que na base do sintoma está uma impossibilidade que, sendo de estrutura, se define por: “não há relação sexual”. É a partir mesmo desta impossibilidade que o sentido insiste no ‘automaton’ da cadeia significante.
Não nutrir o sintoma para que este prolifere, ou como usualmente escutamos: não responder às demandas do analisante propiciando a ele a oportunidade de escutar por detrás dos ditos, é função do analista. Uma interpretação não é, pois, aberta a todos os sentidos mas ao real que constitui o núcleo do sintoma e aí se coloca como um x impedindo que as coisas andem. Ao visar este núcleo, este para-além da significação, a interpretação ou o dizer silencioso do analista - e aqui me refiro ao silêncio da falta de palavras [S(A/)] - é que vai promover uma volta a mais a partir mesmo do um-a-menos de sua resposta.
Esta volta a mais só será possível se o analista não ceder de seu desejo, permitindo que os efeitos do reinado do objeto ‘a’, enquanto semblante, levem o sujeito à experiência de desamparo (Hilflösigkeit), condição primordial ao surgimento do desejo. É o que se pode mostrar ao desenhar sobre a topologia do Grafo do Desejo, um Oito Interior.
Esta volta a mais pode-se dizê-la correlativa de um tempo para compreender na medida que, frente à frente com a demanda do Outro, e não mais submetido a um “querer” do analista, o analisante poderá dizer, como o fez outro dia uma cliente: “Saí daqui preocupada com a última sessão. Parece que eu estava sempre querendo falar coisas que lhe interessassem.” Este é um sinal claro da presença de uma transferência e, mais ainda, de um certo saber que aponta para um mais-além da demanda, dizendo que uma análise poderá acontecer. 
No entanto, muitas vezes este percurso é paralisado, é interrompido, ou pode até ir um pouco além deste ponto, quando o saber que o sujeito adquiriu durante este tempo de compreender apresenta-se como suficiente. Para manter-se não sabendo o analisante faz a opção pelo luto do analista para, assim, poder sustentar seus ideais e a crença num Outro. Esta é a esperança de poder evitar saber da “perda forçada” que a entrada na linguagem impõe ao sujeito.
Podemos denominar este momento de uma saída terapêutica aí, onde uma análise didática poderia ter começado.
Em sua “Nota aos Italianos” Lacan já dizia desta possibilidade ao afirmar que a humanidade não deseja saber e que “não há analista, senão quando um desejo lhe vem”..
Quando, ao contrário, um passo a mais pode ser dado, o que temos é uma “segunda entrada em análise”. Este termo, introduzido por Gerard Miller é relembrado por J. A. Miller em seu artigo sobre “As saídas de Análise”: “poderíamos nos perguntar se não há sempre, em certo sentido, uma segunda entrada em análise. O sujeito entra em análise antes de efetivamente saber o que é uma análise; por isso é necessário que o analista intervenha para confirmar sua opção”.
A confirmação desta opção, acredito, não se faz pela via do saber, mas sim por um consentimento com a experiência do inconsciente. Quando me refiro a consentimento, tenho em mente o que Lacan nos diz em seu Seminário VII - A Ética da Psicanálise: quando, uma vez cumprido o ato do assassinato do pai da horda primitiva, “se instaura um consentimento inaugural que é um tempo essencial na instituição da lei, quanto à qual a arte de Freud será vinculá-la ao assassinato do pai, de identifica-la à ambivalência que então funda as relações do filho com o pai, isto é, ao retorno do amor após efetuado o ato.”
Destaco o “retorno do amor” para dizer que aqui também, nesta passagem, o amor de transferência se enlaça neste ponto onde o sujeito vê, para além do narcisismo, o Outro como a própria presença da morte, espreitando. É o momento em que, já não mais  podendo ter a garantia da sobrevivência deste Outro de suas virtudes, o sujeito encontra no amor o signo que vai sustentar o giro de quarto de volta do discurso. Uma segunda entrada em análise poderá acontecer.

Esta é uma passagem que podemos definir como sendo de um saber sobre o inconsciente para, consentir com a experiência do inconsciente