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quarta-feira, 24 de abril de 2013

A estrutura do texto "A Direção do Tratamento"

Vamos conhecer um pouco o conjunto do texto com o qual vamos trabalhar:

Ele está dividido em 5 partes que, por sua vez, se subdividem em outras tantas, como descrito abaixo:
I – Quem analisa hoje? (7 partes) Só essa pergunta colocada na primeira parte, mostra a atualidade deste texto. Basta percorrermos os temas das jornadas para perceber que esse tema está presente todo o tempo. Quem são os nossos analistas ? Quem analisa hoje ? Como é que se analisa hoje ?
II – Qual o lugar da interpretação? (9 partes)
III – Em que ponto estamos com a transferência? (8 partes)
IV – Como agir com seu ser (11 Partes)
Uma curiosidade. Aqueles que me conhecem há mais tempo sabem o quanto eu gosto de trabalhar com o Grafo do desejo. O Grafo do desejo é um esquema que Lacan construiu, por ocasião de seu seminário “As Formações do Inconsciente” portanto um ano, dois anos quase, antes do texto “A Direção ao Tratamento”. É um esquema dividido em dois andares fisgado por uma volta de retorno. Esse é o formato do Grafo do desejo. Gosto muito de trabalhar com ele, por que nos dá um fio condutor fundamental para a direção do tratamento. Posso lembrar aqui uma conversa particular com Jacques-Alain Miller, quando falava da importância desse Grafo para minha teorização e ele me disse que esse grafo do desejo é o fio de Ariadne da direção do tratamento. Por tudo isto vamo ler esse texto com referenciados a esse Grafo.
E, nesta perspectiva, verificamos que as quatros primeiras partes desse texto dizem respeito ao andar inferior do Grafo. Podemos demonstrar neste circuito o sintoma com o qual o sujeito chega em analise ser dirigido ao Outro Suposto Saber do que se trata esse sintoma. Mais do que se trata, supõe-se que o Outro saiba o que se tem que fazer para restabelecer o "status quo ante". Pode-se resumir essa demanda inicial assim:
“Estou sofrendo, e quero que você, faça com que, o meu sintoma volte a funcionar, como funcionava antes. Sem que eu precise modificar nada, nem me comprometer, para isto eu lhe empresto um significante, um traço, que é meu, para que você possa utiliza-lo e devolver-me o que eu perdi!"
E continuando: "Assim eu poderei identificar-me ao que suponho ser você poderei lidar com o objeto de meu desejo que se encontra aí, nesse ponto de real que produz essa angustia.
Desta forma, eu poderei sair com o um eu bem fortalecido, e voltar para minha vida como se nada tivesse acontecido”.
É partir dai que o lugar de um analista vai poder estabelecer um giro neste discurso para que uma análise aconteça.
Quanto ao nosso trabalho, vamos nos perguntar, com Lacan: Quem analisa hoje? Qual o lugar da interpretação? Em que ponto estamos na transferência ? Como é que vamos agir com o nosso ser ?

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