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domingo, 2 de agosto de 2020

Stories do Facebook - II


10.07.2020

Atribuir a um Outro o que lhe falta é a base da relação amorosa por excelência: ama-se no Outro o “agalma”, objeto precioso, essência de um ser-em-falta que se ilude na reciprocidade do amor.
Em se tratando da transferência, no entanto, vemos uma dissimetria colocada a priori já que nesta relação há pelo menos um que quer a mudança, há pelo menos um que calcula e, ao recusar o lugar de amante que lhe é oferecido responde, por seu não-saber, com um Che Voui ?, um desejo de saber.

11.07.202i0
O sujeito nasce como efeito de um menos, um menos de gozo que advém da extração que o significante opera no campo do Outro. Esta operação instala, necessariamente, um certo mal-estar, um certo incomodo que vai gerar um movimento de busca incessante, ali mesmo onde algo se perdeu. É a partir deste ‘menos’, portanto, que se inicia o que Lacan denominou, de Automaton - a repetição da impossibilidade na cadeia significante. 

12.07.2020

É a partir da incidência da castração, do “não do Pai”, que o sintoma vai surgir como tentativa de restabelecer o laço entre o sujeito e o Outro. Neste sentido, podemos dizer que o sintoma é uma solução para evitar o encontro com a castração.

13.07.2020

O sintoma pode ser definido como “o resultado de um conflito, que surge em virtude de um novo método de satisfazer a libido. As duas forças que entraram em luta encontram-se novamente no sintoma e se reconciliam, por assim dizer, através do acordo representado pelo sintoma formado.

15.07.2020

Partindo da premissa estrutural de que não há relação entre o sujeito e o Outro, o sujeito está, desde sempre, afastado de sua verdade. O laço possível, entre o sujeito e o Outro, se faz pelo sintoma. E se faz, com a criação de um “ser de saber” ali, onde a verdade lhe está vetada.


16.07.2020

Estrutura de ficção, queixa, sofrimento, não importa como a ele nos referimos, a verdade é que o sintoma é o que vai dizer de algo que não vai bem e o “clamor da humanidade” é pelo apaziguamento do mal-estar que isso provoca.
Por isso é fundamental que o analista não ceda de seu desejo.


17.07.2020

O sintoma é o que cada tem de mais particular, e também o de mais real. Por isso o sujeito neurótico se apega tanto a ele, como possibilidade única, de fazer frente ao que lhe está prescrito pelo Outro. 

18.07.2020

Ao diferenciarmos o lugar do analista, do lugar do terapeuta, estamos dizendo que nosso compromisso não é com o movimento humanitário que, com seu clamor, espera poder uniformizar o que há de mais particular. Nosso compromisso é com a particularidade de cada um.

19.07.2020

O “Estilo” é o objeto ‘a’ enquanto marcado pelo traço unário e pela incidência do “dizer verdadeiro” que deixou uma “ranhura” indelével.

20.07.2020

Com a instalação da transferência acontece o primeiro passo para que a construção de um quadro, de uma cena possa acontecer. O passo seguinte é   estabelecer um saber que possa sustentar um umbral onde um atravessamento poderá ocorrer para que uma identificação ao sinthoma venha traduzir um aí saber fazer.


21.07.2020

Nascemos e vamos, passo a passo a partir da palavra do Outro, construindo um corpo que pode nos fazer representar no mundo. A partir deste corpo, marcado pela linguagem e, também linguagem, estabelecemos um lugar de onde podemos traçar os rumos do desejo que se constitui neste mesmo processo.

22.07.2020

Há, nos movimentos desenhados em um espetáculo de dança uma luta entre o corpo simbólico e a possibilidade de liberdade da
imagem, enlaçados pelo real deste resto que não se desprende e que não é assimilado. Percebe-se aí o que se transmite no vazio de um desejo de quem participa da criação

23.07.2020

Sabe-se que um resto sempre permanece e que pode, quando possível, ser elevado à condição de causa de desejo.
Esta causa, este vazio onde cada um pode colocar algo de seu, acrescentando um a mais ao que a realidade apresenta, é fundamental para fazer caminhar a humanidade. Este algo a mais tem um nome: criatividade!




25.07.2020 

A impossibilidade da relação sexual, que não cessa de se escrever, promove o sintoma como única possibilidade de se fazer laço, ao mesmo tempo que permite uma leitura, uma vez que ele participa de uma escritura, função da letra.

26.07.2020

Quando o recalque falha o que retorna  surge como sintoma, inscrevendo o que insiste como marca da singularidade de um sujeito.

27.07.2020

O sintoma, assim como a cena da fantasia fundamental, nada mais são do que envelopes da pulsão, modalidades de seu exercício, formas que o sujeito busca para apreender um objeto, no campo do Outro, que lhe sirva de parceiro.

28.07.2020

Mais além da teoria que sustenta sua prática, o analista sempre se orienta pelo que pode perceber por trás dos ditos e que se apresenta, simplesmente, como antinômico ao efeito de sentido que se compreende.

29.07.2020

De uma maneira simples, podemos dizer que o momento em que uma análise se conclui é definido por uma transformação de um significante que, destacando-se do conjunto pleno de sentido, vai produzir um sem sentido, nos dizendo de uma pequena ponta do real que retorna ao sujeito, deslocando-o da posição que, até então, sustentava.

30.07.2020

A pulsão é a força Real da fantasia, o que denuncia o limite do sintoma à ação do simbólico.

31.07.2020

O resto que escapa, foge, retorna sob a forma de mal estar e relança o vetor pulsional sempre na direção determinada pelo imperativo do super-eu. Desfazer este circuito, devolvendo ao objeto sua característica de ser qualquer um, mobilizando o seu valor de causa é um dos objetivos de uma análise.

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